Uma grande preocupação está instalada no núcleo do governo: a sucessão de greves de polícias militares nos Estados. Elas começaram no Ceará na virada do ano, afetando a segurança publica no Estado na véspera das festas de Ano Novo e agora na Bahia, onde, até aqui, 84 pessoas morreram em meio a um verdadeiro caos na segurança pública do Estado, em particular, na Capital, Salvador.
O governo está informado de que se trata de um movimento articulado nacionalmente e que tem data e hora para ser deflagrado em outras capitais do país, justamente, neste período de ante-véspera do carnaval, festa popular que leva milhares de pessoas às ruas em todas as cidades do país e é atração turística internacional. O objetivo final deste movimento seria a aprovação da chamada PEC-300, que reajusta os salários dos policiais militares- e que estende os benefícios a policiais civis e bombeiros – que está em tramitação no Congresso, mas sem avançar há mais de um ano. A PEC 300 reajuste os salários de todos os policiais militares do país para o piso do que é pago a estes profissionais no Distrito Federal – algo em torno de 4 mil.
Atrelada à PEC há outra emenda que prevê a criação de um fundo com recursos da União que iria financiar os Estados para pagar os aumentos dos policiais, somando uma despesa em torno de R$ 40 bilhões.
Assim, embora as greves estejam nos Estados, o governo federal também se vê envolvido no problema. Por isso, tem dado suporte aos governadores que decidem resistir ao movimento que tem levado grevistas- policiais armados às ruas.
Por: Cristina Lobo, em: http://g1.globo.com/platb/cristianalobo/
ENQUANTO ISSO NA BAHIA, DURANTE A GREVE DA POLÍCIA MILITAR, JÁ FORAM MAIS 84 HOMICÍDIOS E 192 ROUBOS DE CARROS:
No domingo passado (29), houve três homicídios até as 13h. Eles ocorreram nos bairros São Caetano, Sete Portas e Periperi. Das 21h de terça (31) até as 17h deste domingo (5), foram registrados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) 84 homicídios e 192 furtos ou roubos a carros em Salvador e Região Metropolitana. A greve foi decretada na noite de terça-feira (31).
Dos seis dias de greve, sexta-feira (3) continua sendo o que somou mais casos, com 31 registros. Outras 14 mortes foram de quinta-feira (2).
O Comando da 6° Região Militar, que representa o Exército Brasileiro na Bahia, disponibilizou neste domingo (5) um número telefônico para receber denúncias e outras informações por parte da população. O contato é (71) 3320-1972.
Dirigente da associação de PMs é presoUm soldado da PM e dirigente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra) foi preso na madrugada deste domingo, segundo o governo do estado, e encaminhado a sede da Polícia do Exército, na Avenida Paralela, em Salvador.
O PM é lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA). Segundo o governo, ele é suspeito de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público, referente à retenção das viaturas.
A prisão dele é a primeira cumprida dos 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça da Bahia contra integrantes do movimento grevista. De acordo com o governo, as outras 11 prisões devem ser executadas durante este domingo.
Carros de polícia recuperados
A Polícia Militar recuperou, na tarde deste sábado, 16 carros oficiais que estavam em poder dos grevistas, na Assembleia Legislativa, em Salvador. Os manifestantes são filiados à Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra). Os mandados de reintegração de posse foram expedidos na manhã do sábado (4).
A Polícia Militar recuperou, na tarde deste sábado, 16 carros oficiais que estavam em poder dos grevistas, na Assembleia Legislativa, em Salvador. Os manifestantes são filiados à Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra). Os mandados de reintegração de posse foram expedidos na manhã do sábado (4).
Negociação
O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra), Marco Prisco, e os policiais filiados à entidade, esperam espaço para negociação das pautas reivindicatórias com representantes do governo do estado. "A palavra é negociação", diz Prisco neste sábado (4), na sede da Assembleia Legislativa, onde está desde a noite de terça-feira (31).
O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra), Marco Prisco, e os policiais filiados à entidade, esperam espaço para negociação das pautas reivindicatórias com representantes do governo do estado. "A palavra é negociação", diz Prisco neste sábado (4), na sede da Assembleia Legislativa, onde está desde a noite de terça-feira (31).
Autuação federal
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que já fez o pedido de reserva de vagas em presídios de segurança máxima para encaminhar, caso seja necessário, os policiais militares que tenham cometido algum tipo de crime durante a mobilização grevista, que já dura cinco dias na Bahia. Durante coletiva à imprensa, realizada na manhã deste sábado (4) ainda na Base Aérea, onde desembarcou, o ministro frisou a relação que o governo federal mantém com as políticas de segurança estadual.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que já fez o pedido de reserva de vagas em presídios de segurança máxima para encaminhar, caso seja necessário, os policiais militares que tenham cometido algum tipo de crime durante a mobilização grevista, que já dura cinco dias na Bahia. Durante coletiva à imprensa, realizada na manhã deste sábado (4) ainda na Base Aérea, onde desembarcou, o ministro frisou a relação que o governo federal mantém com as políticas de segurança estadual.
Pronunciamento do governador
O governador da Bahia, Jaques Wagner, tentou tranquilizar a população do estado em cerca de três minutos de pronunciamento oficial, transmitido pelas emissoras de rádio e TV por volta das 20h15 desta sexta-feira (3). Ele reafirmou a “intranquilidade” vivida nos últimos quatro dias, que tem resultado no fechamento antecipado do comércio, violência na rotina do trânsito e contra a população. “Estamos tomando providências para conter ações de um grupo de polícia usando métodos condenáveis e difundindo o medo na população, causando desordem”, afirma.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, tentou tranquilizar a população do estado em cerca de três minutos de pronunciamento oficial, transmitido pelas emissoras de rádio e TV por volta das 20h15 desta sexta-feira (3). Ele reafirmou a “intranquilidade” vivida nos últimos quatro dias, que tem resultado no fechamento antecipado do comércio, violência na rotina do trânsito e contra a população. “Estamos tomando providências para conter ações de um grupo de polícia usando métodos condenáveis e difundindo o medo na população, causando desordem”, afirma.
Por: g1.globo.com
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